Sobre um vertiginoso desnível de 6 metros e circundada por cerrado nativo, revela-se a Casa Costa - por um lado, delicadamente pousada no solo e, de outro, pairando sobre a topografia descendente.
Como uma peça abstrata contraposta à exuberante vegetação local, articulamos o programa desta residência em um único nível. A face voltada ao sul abriga os três dormitórios, com o desfrute da paisagem garantido e circundados por uma generosa varanda. Disposta ao norte, a porção social da casa caracterizada por salas de estar e jantar, cozinha e área de lazer estendem-se, na mesma cota, em direção ao jardim, sublimando a percepção entre interior e exterior. Esse binômio programático é mediado por um pátio central que banha as circulações e o ateliê dos proprietários com luz e ventilação naturais, além de permear estes espaços em meio à natureza.
Pautada por uma forte expressão construtiva e material, lançamos mão de dois sistemas modulares distintos que pudessem trazer economia e celeridade à obra, bem como facilitar a construção em um terreno morfologicamente difícil. Toda a estrutura foi desenhada com um sistema de lajes nervuradas conformadas por formas industriais de 65cm e capiteis junto aos 8 pontos de apoio, sem desperdícios de materiais e enfatizando a performance estrutural do conjunto. Por fim, todos os fechamentos são feitos em tijolos ecológicos portantes de solo-cimento e esquadrias de vidro.
Imaginados como espaços fluídos e integrados, as ambiências da Casa Costa são compostas sempre a partir da comunhão entre matéria interior e a luz/vegetação exteriores.
De maneira a ecoar a presença tectônica estabelecida como expressão da arquitetura e trazer amplitude à percepção dos ambientes, optamos por empregar materiais unificados em todo o conjunto. Os pisos ressoam um material amplamente empregado na construção de Brasília, a granitina. Já os planos horizontais de teto são ora revestidos por placas modulares de compensado naval, ora dispostos em sua natureza primordial. Assim, apreendendo-se a totalidade dos espaços, pretende-se criar uma atmosfera intimista e apropriada à escala da casa.
Uma prerrogativa fundamental na composição espacial da Casa Costa foi articular a arquitetura de maneira a abrigar e expor a extensa coleção de telas dos proprietários. Com vistas a satisfazer esse pressuposto sem compartimentar excessivamente a residência, dispusemos cuidadosamente planos de parede, mobiliários leves e totens que servissem de suporte com o objetivo de valorizar as peças e, consequentemente, os espaços.
About a vertiginous 6-meter gap and surrounded by native cerrado, Casa Costa is revealed - delicately grounded on one side and hovering over the descending topography on the other.
Like an abstract piece juxtaposed with the lush local vegetation, we articulated the program of this residence on a single level. The south-facing facade houses the three bedrooms, with landscape enjoyment guaranteed and surrounded by a generous balcony. Positioned to the north, the social portion of the house, characterized by living and dining rooms, kitchen, and leisure area, extends, at the same level, towards the garden, sublimating the perception between interior and exterior. This programmatic duality is mediated by a central courtyard that bathes the circulation spaces and the owners' studio with natural light and ventilation, permeating these spaces amidst nature.
Guided by a strong constructive and material expression, we employed two distinct modular systems that could bring economy and swiftness to the construction, as well as facilitate building on a morphologically challenging terrain. The entire structure was designed with a system of ribbed slabs formed by industrial forms of 65cm and capitals at the 8 support points, without material waste, emphasizing the structural performance of the ensemble. Finally, all enclosures are made of ecological soil-cement bearing bricks and glass frames.
Envisioned as fluid and integrated spaces, the ambiences of Casa Costa are always composed from the communion between interior matter and exterior light/vegetation.
In order to echo the established tectonic presence as an expression of architecture and bring breadth to the perception of the environments, we chose to employ unified materials throughout the ensemble. The floors resonate with a material widely used in the construction of Brasília, granitina. The horizontal ceiling planes are either covered by modular naval plywood panels or left in their primordial nature. Thus, by apprehending the totality of the spaces, it is intended to create an intimate atmosphere appropriate to the scale of the house.
A fundamental prerogative in the spatial composition of Casa Costa was to articulate the architecture in a way that would shelter and showcase the extensive collection of paintings owned by the proprietors. In order to satisfy this premise without excessively compartmentalizing the residence, we carefully arranged wall planes, lightweight furniture, and totems to serve as supports aimed at enhancing the pieces and, consequently, the spaces.